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CONTEXTUALIZANDO O EVANGELHO SEM CRUZ

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.


Apocalipse 3:14-16


O evangelho sem cruz é um evangelho morno, que não gera nenhum tipo de transformação, mas apenas engana aqueles que tem contato com ele, através das palavras lisonjeiras proferidas pelos mensageiros desse evangelho insípido.


Para contextualizar este evangelho é necessário analisarmos os períodos proféticos à luz da escatologia, ou seja, tomemos por base o estudo das últimas coisas. Numa vertente de interpretação dos períodos eclesiásticos representados pelas sete igrejas da Ásia, a igreja de Laodiceia representa a última fase da igreja. Observamos que a última fase da igreja será caracterizada pela mornidão espiritual e autoengano.


O evangelho propagado nesta igreja da última hora está de acordo com as obras da igreja de Laodiceia, não são frias nem quentes, são mornas. Obras que não são frias nem quentes, são obras que não fazem diferença nenhuma na vida de quem as produz ou de quem tem contato com elas. As obras que não são frias nem quentes estão relacionadas a viver uma vida de pecado e mesmo assim estar inserido no contexto da igreja louvando a Deus durante os cânticos entoados, levantar as mãos nas pregações ou até mesmo são pessoas que vivem uma vida de pecado, mas não deixam de pregar, cantar, dirigir trabalhos etc.


A igreja de Laodiceia era caracterizada por pessoas com um tipo de comportamento típico da nossa época. São pessoas interessadas no seu bem-estar e enganadas quanto à sua espiritualidade. Pessoas cegas quanto à sua própria condição espiritual, porque imaginam que são ricos e não têm falta de nada.


Contextualizando este tempo da igreja em que o evangelho sem cruz tem sido a tônica é possível discernir que os templos estão lotados de pessoas vazias. Pessoas que enxergam a si mesmos como “super espirituais” porque falam em línguas, pulam, bradam palavras de ordem etc. mas na verdade estão carentes de colírio, roupas brancas e do ouro provado no fogo.


Na realidade é uma situação muito constrangedora imaginarmos que somos altamente espirituais e nos comportarmos de uma forma que aparenta essa espiritualidade quando na realidade estamos praticando o autoengano, e neste caso, um autoengano incentivado pelo evangelho sem cruz, porque nesse aspecto muitos cristãos tem se tornado hipócritas ou sepulcros caiados, belos por fora e podres por dentro.


O evangelho sem cruz incentiva a prática do autoengano porque não combate pecados, não aponta os erros, não demonstra as fragilidades, não constrange os ímpios, não incentiva a disciplina e não dá ênfase às verdades bíblicas durante a ministração. Os cristãos desta época estão sendo nutridos pelo entretenimento, por filosofias mundanas, práticas empresariais e meias-verdades.


Tempos atrás, quando o evangelho estava sendo disseminado no Brasil, havia uma igreja pungente, havia mais temor, a obra era realizada verdadeiramente pelo amor, sem interesses escusos por trás, mas ao que tudo indica, esse tempo está ficando para trás. Não podemos deixar de notar que muitos estão fazendo a obra por interesses diversos, no mais das vezes interesse financeiro, para que possam afirmar como os membros da igreja de Laodiceia: “rico sou e de nada tenho falta”.


A igreja precisa acordar para a realidade que estamos vivendo, adquirir colírio para discernirmos esse tempo com olhos espirituais, roupas brancas para que não apareça a nudez dos pecados e andar em santidade, e acima de tudo, comprar ouro provado no fogo, ou seja, obras verdadeiramente valiosas diante de Deus.


De nada adianta pregarmos esse evangelho que impressiona os homens mas não agrada ao Senhor, porque o evangelho sem cruz para Deus é uma obra de palha, que não passará pela prova de fogo quando estivermos diante Dele no Tribunal de Cristo.


Que Deus em Cristo nos abençoe,

Ev. Sylmar Ribeiro Brito

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