Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
Possivelmente estamos vivendo em um período profético escatológico levando-se em consideração tudo que estamos vivenciando: pestes, esfriamento do amor, intensificação da iniquidade, apostasia proliferada, etc. Considerando este cenário, necessitamos meditar acerca de qual tem sido o papel da igreja como fonte de vida para um mundo sem esperança.
Notemos que, Jesus Cristo já havia nos advertido que nos tempos finais falsos profetas e falsos mestres se levantariam em todos os lugares, e que doutrinas de demônios seriam ensinadas, sendo que por outro lado, a verdadeira doutrina não seria suportada por muitos, pois elegeriam para si ensinadores segundo as sua predileção, ou seja, enalteceriam mestres que proferissem palavras agradáveis à audição e que basicamente não confrontam o pecado.
Pois bem!
A igreja cristã precisa ser mais parecida com Cristo nessa última hora, em que sentido? No sentido de não ter como objetivo instituir um reino deste mundo, com os recursos deste mundo. A expectativa do povo judeu era de que o ungido viesse como um líder político para combater o império romano com recursos deste mundo, porém, Jesus usou os recursos deste mundo para ajudar os menos favorecidos, já que o seu reino não era deste mundo.
É claro que é necessário abrir um parêntese, Jesus vai reinar na terra durante o milênio, porém, ele trará todos os princípios celestiais para a terra, e não o contrário. A igreja não deve supervalorizar as cosias materiais, precisa valorizar as pessoas, acudir aqueles que estão passando por necessidades, oferecer consolo aos abatidos, porque certamente seria isso que Jesus faria.
A igreja cristã tem se apegado a muitos rudimentos de doutrinas em detrimento do quebrantamento do coração em arrependimento. Infelizmente muitas pessoas se tornaram legalistas, acreditando que por se comportarem como um "crente" alcançarão a salvação mesmo que o seu coração seja cheio de ódio, rancor, inveja, adultérios, etc. Deus não vê como vê o homem, a transformação deve ocorrer de dentro para fora e não o contrário. A nossa aparência externa deve refletir como somos internamente, do contrário tornamo-nos apenas religiosos hipócritas.
Sem dúvida precisamos parecer mais com Jesus que várias e várias vezes repreendeu a religiosidade dos escribas e fariseus, ensinando que para Ele importava mais a misericórdia e um coração quebrantado, do que a aparência externa e feitos que levavam apenas ao louvor dos homens. Jesus contou a parábola do bom samaritano, na qual várias classes de religiosos deixavam o homem ferido no caminho, enquanto um homem abominado por estes mesmos religiosos o acudiu. Jesus disse: façam como este samaritano, implicando dizer que Jesus não aprovou o comportamento dos religiosos, que rejeitaram o homem caído, mas exibiam as suas vestes talares.
Jesus também destacou o episódio da oferta da viúva pobre, no qual uma mulher deu poucas moedas, mas deu mais do que aqueles que depositavam talvez verdadeiras fortunas, porque a viúva deu tudo que tinha no intuito de agradar a Deus, mas os outros ofertantes depositavam altos valores para serem vistos pelos homens. Sem dúvida a igreja cristã contemporânea precisa ser mais parecida com Jesus.
Precisamos julgar menos, porque quando a mulher adúltera foi exposta, o único que poderia condená-la, a perdoou e disse, "vai e não peques mais." Não devemos tolerar o pecado, mas também não devemos julgar as pessoas sem oferecer uma nova chance de arrependimento, pelo contrário devemos acolher os pecadores e recomendar-lhes que não pequem mais. A igreja cristã precisa ser mais parecida com Jesus.
Jesus chorou quando seu amigo Lázaro morreu, mas muitos cristãos vão às redes sociais com tom acusatório quando verdadeiros baluartes do evangelho morrem, dizendo que Deus os recolheu porque estavam "em pecado". Que tenhamos misericórdia de nós mesmos, e que procuremos ser mais parecidos com Jesus.
Ev. Sylmar Ribeiro Brito
Comments